Porque isto é das coisas em que melhor me saio, e porque me fazes sentir coisas muito boas e eu não as sei dizer de outra forma, isto é para ti. Para ti, porque te adoro. Porque tens a capacidade de iluminar, de forma muito especial, a minha vida. Porque ajudas-me, todos os dias, a seguir o rumo da minha vida. Porque me abraças quando eu preciso de ti. Porque mesmo quando estás de mau humor, me fazes rir. Porque, no meu ser, sei de olhos fechados onde tu estás, e porque penso em ti quando quero a companhia perfeita. Porque me ajudas, todos os dias, a ser uma pessoa melhor. Porque, te sinto e tu me sentes. Porque és bonita no teu ser, não teria dúvidas em dizer que és a mais bonita de todas as pessoas que conheço, e que grande parte do meu coração é teu junto ao de outra pessoa tão bonita quanto tu. És bonita, porque és sensível, porque choras, porque ris, porque sentes e porque amas. Do profundo do meu ser, amo-te, amiga! Parabéns!
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
A viagem que começa, termina apenas fisicamente pois, a sensação de descoberta não se perde. Não sou um cidadão deste país, desta cidade. Sou um cidadão do mundo, que se acha nessas voltas que não quero, nunca, terminar.
Respiro fundo quando amanhece junto ao mar, e deixo o seu cheiro invadir os meus pulmões. A brisa que corre e que faz esvoaçar a minha roupa dá-me a sensação da liberdade. Percorro a rua, buscando um pouco mais dessa sensação que me transcende e ouço as vozes e línguas que me apaixonam e aproximam de um mundo que acabo de conhecer. Os cheiros das pessoas são diferentes, um misto desses povos com particularidades naturais de cada lugar, os sons, as paisagens, as vibrações da natureza. Só não aprende quem não quer sentir.
Falo com essas pessoas. Quero saber um pouco delas e aprender a ser melhor para mim e para os outros. Escuto as suas palavras sábias e a minha cabeça é como um bloco de notas. Registo todas as palavras numa sede de saber e rio para dentro pela ignorância de quem não vê, de quem não quer, de quem não sente, de quem não saboreia o sumo do conhecimento sobre o mundo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
domingo, 8 de março de 2009
Ensaio
Concluo por A+B que o cansaço se apoderou da consciência. Insónias tormentosas que transformam alguém num nada. A luz do sol que irradia e entra pela janela, serve apenas para acordar de um sonho para outro mais real e implacável do qual não se foge nem por tentativas. A consciência do nada, ao sair da porta todas as manhãs, que te traz para além da realidade de mais um dia mecanizado e automatizado? A crueldade dos tempos empurra-nos para a insensatez dos actos, a não racionalidade dos mesmos. E seguimos assim, todos os dias, cada dia.
Viras páginas à vida. Inconsciente. Apercebes-te que não te sentes realizado mas pouco ou nada mudas. Assumes que existes apenas porque sentes dor. E do que ela é feita?
No copo que bebes, vês o teu reflexo, no líquido vermelho, mas não vês mais do que uma figura aprisionada em paredes de vidro. A consciência impregna-te de memórias, mas já te esqueceste do que quiseste ser, do que foste.
De repente, o cansaço apodera-se, queres gritar e soltar as amarras que te prendem a esta vida. Mas não te permites a ilusões. A vida é assim mesmo. Então deitas-te para mais uma noite e adormeces na esperança de não seres perturbado. Amanhã é outro dia.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Boas leituras
"A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei os meus dias a tentar prolongá-los. Usarei o meu tempo." Jack London
Quando descobri Jack London, apanhei uma febre. Não demorou muito para que, após a primeira leitura, "Martin Eden", estivesse a comprar todos os livros que encontrava nas minhas voltas diárias.
Jack London era um escritor americano, nascido em 12-01-1876 e falecido em 22-11-1916. Abandonou a escola aos 14 anos para trabalhar numa fábrica de enlatados e seguiram-se outras tantas profissões. As suas viagens marítimas terão influenciado muito a sua escrita. Era um anti-capitalista e, segundo consta, um revolucionário marxista. Os excessos no alcool depressa se reflectiram numa vida desregrada e, depois de sofrer de uremia, suicidou-se aos 40 anos, com uma dose de morfina.
Não é possível ficar indiferente a esta escrita. Aconselho de viva voz. Podem encontrar os livros editados pela Antígona mas muitos deles são vendidos em feiras do livro, num valor muito em conta. Se querem começar, experimentem "Memórias de um Alcoólico".
The Raven, Edgar Allan Poe
Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,As of someone gently rapping, rapping at my chamber door." 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door;
Only this, and nothing more."
Only this, and nothing more."
Ah, distinctly I remember, it was in the bleak December,And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.Eagerly I wished the morrow; vainly I had sought to borrowFrom my books surcease of sorrow, sorrow for the lost Lenore,.For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore,
Nameless here forevermore.
And the silken sad uncertain rustling of each purple curtainThrilled me---filled me with fantastic terrors never felt before;So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating," 'Tis some visitor entreating entrance at my chamber door,Some late visitor entreating entrance at my chamber door.
This it is, and nothing more."
Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,"Sir," said I, "or madam, truly your forgiveness I implore;But the fact is, I was napping, and so gently you came rapping,And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,That I scarce was sure I heard you." Here I opened wide the door;---
Darkness there, and nothing more.
Deep into the darkness peering, long I stood there, wondering, fearingDoubting, dreaming dreams no mortals ever dared to dream before;But the silence was unbroken, and the stillness gave no token,And the only word there spoken was the whispered word,Lenore?, This I whispered, and an echo murmured back the word,
"Lenore!" Merely this, and nothing more.
Back into the chamber turning, all my soul within me burning,Soon again I heard a tapping, something louder than before,"Surely," said I, "surely, that is something at my window lattice.Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore.Let my heart be still a moment, and this mystery explore.
" 'Tis the wind, and nothing more."
Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,In there stepped a stately raven, of the saintly days of yore.Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;But with mien of lord or lady, perched above my chamber door.Perched upon a bust of Pallas, just above my chamber door,
Perched, and sat, and nothing more.
Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,By the grave and stern decorum of the countenance it wore,"Though thy crest be shorn and shaven thou," I said, "art sure no craven,Ghastly, grim, and ancient raven, wandering from the nightly shore.Tell me what the lordly name is on the Night's Plutonian shore."
Quoth the raven, "Nevermore."
Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,Though its answer little meaning, little relevancy bore;For we cannot help agreeing that no living human beingEver yet was blessed with seeing bird above his chamber door,Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door,
With such name as "Nevermore."
But the raven, sitting lonely on that placid bust, spoke onlyThat one word, as if his soul in that one word he did outpour.Nothing further then he uttered; not a feather then he fluttered;Till I scarcely more than muttered,"Other friends have flown before;On the morrow he will leave me, as my hopes have flown before."
Then the bird said,"Nevermore."
Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,"Doubtless," said I, "what it utters is its only stock and store,Caught from some unhappy master, whom unmerciful disasterFollowed fast and followed faster, till his songs one burden bore,---Till the dirges of his hope that melancholy burden bore
Of "Never---nevermore."
But the raven still beguiling all my fancy into smiling,Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird and bust and door;,Then, upon the velvet sinking, I betook myself to linkingFancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore,What this grim, ungainly, ghastly, gaunt, and ominous bird of yore
Meant in croaking, "Nevermore."
Thus I sat engaged in guessing, but no syllable expressingTo the fowl, whose fiery eyes now burned into my bosom's core;This and more I sat divining, with my head at ease recliningOn the cushion's velvet lining that the lamplight gloated o'er,But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o'er
She shall press, ah, nevermore!
Then, methought, the air grew denser, perfumed from an unseen censerSwung by seraphim whose footfalls tinkled on the tufted floor."Wretch," I cried, "thy God hath lent thee -- by these angels he hathSent thee respite---respite and nepenthe from thy memories of Lenore!Quaff, O quaff this kind nepenthe, and forget this lost Lenore!"
Quoth the raven, "Nevermore!"
"Prophet!" said I, "thing of evil!--prophet still, if bird or devil!Whether tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore,Desolate, yet all undaunted, on this desert land enchanted--On this home by horror haunted--tell me truly, I implore:Is there--is there balm in Gilead?--tell me--tell me I implore!"
Quoth the raven, "Nevermore."
"Prophet!" said I, "thing of evil--prophet still, if bird or devil!By that heaven that bends above us--by that God we both adore--Tell this soul with sorrow laden, if, within the distant Aidenn,It shall clasp a sainted maiden, whom the angels name Lenore---Clasp a rare and radiant maiden, whom the angels name Lenore?
Quoth the raven, "Nevermore."
"Be that word our sign of parting, bird or fiend!" I shrieked, upstarting--"Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!Leave no black plume as a token of that lie thy soul spoken!Leave my loneliness unbroken! -- quit the bust above my door!Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!"
Quoth the raven, "Nevermore."
And the raven, never flitting, still is sitting, still is sittingOn the pallid bust of Pallas just above my chamber door;And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming.And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor;And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted--- nevermore!
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domingo, 15 de fevereiro de 2009
Ensaio
Sorvi mais um golo daquele licor amargo que me arde no estômago. Era como se milhares de espinhos me ferissem as entranhas. À minha volta uma imensidão de gente envolta num fumo e numa luz amena se perdia em conversas de bar enquanto davam os seus goles nas bebidas corrosivas. Eu perdia-me na minha. Sinto-me anestesiado e gosto. Sinto que pairo no ar, sentado naquele banco, e toco as estrelas. Entro numa galáxia e o escuro que me envolve adormece-me. Sou acordado pelo empregado do bar, com um berro. Já me conhece e sabe que tenho esse hábito, o de me perder. “Não quero ter de te levar a casa outra vez. Não te sirvo mais nenhum copo!”, disse, mas não liguei, ainda tinha o meu licor a meio. Vi que as paredes giravam e me embalavam de volta à galáxia, perto das estrelas. Senti-me pequeno. Dei mais um trago daquele licor que corrói e senti-me aquecido nos braços dela. Toquei no seu cabelo loiro e nos seus caracóis soltos e no peito da minha mãe encontrei-me reconfortado. Cantava ao meu ouvido a música de berço que já não me lembrava. Disse-me “Está tudo bem” e acreditei. Acho que estive nos seus braços longas horas, adormecidas. Senti o seu calor e a mão áspera do trabalho que acarinhava o meu tormento e o sossegava. Acordei contrariado, pela voz que me expulsava, mas ainda sentia aquele cheiro, aquele toque aquele sussurro.
O frio da rua gelou-me os ossos. Cambaleei até à esquina e apoiei-me no poste que iluminava a rua. Conseguiria chegar até casa? Faltavam alguns quarteirões…
Um pouco mais à frente vi um homem encolhido pelo frio, nas escadas de um prédio. Cambaleando, procurei uma moeda no meu bolso e estendi-lha e prossegui o meu caminho. Deparei-me com um percurso longo mas sabia que ele não demorava mais de 10m a ser percorrido. Parei a meio e ergui o pescoço para o céu que me cobria. Queria voltar e pairar mas o gelo que sentia não me deixava perder. Apoiei-me na parede e tacteei as ruas até casa. Empurrei a porta sem fechadura e subi as escadas de joelhos até à porta que me introduzia naquilo a que eu chamava casa. Sem forças e zonzo, tirei os sapatos e deitei-me na cama fria e vazia. O escuro do quarto acomodou-me à minha solidão costumeira e gemi por isso. Estava só, mais uma vez. Peguei no frasco que deixava todas as noites debaixo da almofada e bebi tudo. Sabia que ia voltar a pairar nas estrelas. E lá estava ela, dizendo-me ao ouvido “O amor sussurra”.
O frio da rua gelou-me os ossos. Cambaleei até à esquina e apoiei-me no poste que iluminava a rua. Conseguiria chegar até casa? Faltavam alguns quarteirões…
Um pouco mais à frente vi um homem encolhido pelo frio, nas escadas de um prédio. Cambaleando, procurei uma moeda no meu bolso e estendi-lha e prossegui o meu caminho. Deparei-me com um percurso longo mas sabia que ele não demorava mais de 10m a ser percorrido. Parei a meio e ergui o pescoço para o céu que me cobria. Queria voltar e pairar mas o gelo que sentia não me deixava perder. Apoiei-me na parede e tacteei as ruas até casa. Empurrei a porta sem fechadura e subi as escadas de joelhos até à porta que me introduzia naquilo a que eu chamava casa. Sem forças e zonzo, tirei os sapatos e deitei-me na cama fria e vazia. O escuro do quarto acomodou-me à minha solidão costumeira e gemi por isso. Estava só, mais uma vez. Peguei no frasco que deixava todas as noites debaixo da almofada e bebi tudo. Sabia que ia voltar a pairar nas estrelas. E lá estava ela, dizendo-me ao ouvido “O amor sussurra”.
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