domingo, 8 de março de 2009

Ensaio



Concluo por A+B que o cansaço se apoderou da consciência. Insónias tormentosas que transformam alguém num nada. A luz do sol que irradia e entra pela janela, serve apenas para acordar de um sonho para outro mais real e implacável do qual não se foge nem por tentativas. A consciência do nada, ao sair da porta todas as manhãs, que te traz para além da realidade de mais um dia mecanizado e automatizado? A crueldade dos tempos empurra-nos para a insensatez dos actos, a não racionalidade dos mesmos. E seguimos assim, todos os dias, cada dia.
Viras páginas à vida. Inconsciente. Apercebes-te que não te sentes realizado mas pouco ou nada mudas. Assumes que existes apenas porque sentes dor. E do que ela é feita?
No copo que bebes, vês o teu reflexo, no líquido vermelho, mas não vês mais do que uma figura aprisionada em paredes de vidro. A consciência impregna-te de memórias, mas já te esqueceste do que quiseste ser, do que foste.
De repente, o cansaço apodera-se, queres gritar e soltar as amarras que te prendem a esta vida. Mas não te permites a ilusões. A vida é assim mesmo. Então deitas-te para mais uma noite e adormeces na esperança de não seres perturbado. Amanhã é outro dia.